Pesquisa mostra que quase 30 por cento de crianças e jovens podem sentir dores musculoesqueléticas

 

Dores em ossos, músculos e ligamentos – as chamadas dores musculoesqueléticas – são associadas muito aos idosos, mas elas são muito comuns também em crianças e adolescentes. É o que mostra estudo publicado no Brazilian Journal of Physical Therapy, no qual 27% de 2.688 alunos com até 12 anos relataram ter sentido dor musculoesquelética incapacitante nos 30 dias anteriores. Destes 728 estudantes, 52% apontaram problema nas costas, 42% nas pernas e 20,7% no pescoço.

“Há poucos estudos no mundo sobre a prevalência de dor musculoesquelética entre jovens, com dados incertos, variando de 4% a 40%, porque não utilizam conceitos padronizados”, afirma Tiê Parma Yamato, pesquisadora associada da Universidade Cidade de São Paulo (Unicid) e da Universidade de Sydney (Austrália) que coordenou a investigação.

Para o presidente da Associação Brasileira de Medicina Física e Reabilitação (ABMFR), o médico fisiatra Celso Vilella Matos, este estudo é muito importante também porque desmistifica as dores em crianças e adolescentes, que frequentemente são subestimadas por pais e profissionais da saúde, associadas, por exemplo, a “dores naturais do crescimento”.

“Quando a criança ou o adolescente reclama com frequência de dor deve ser levado ao médico, pois são inúmeras as causas possíveis, por isso deve ser feito um diagnóstico bem criterioso e acurado”, afirma o presidente da ABMFR. A dor pode surgir por diferentes causas, como traumas, sobrecarga devido a esportes, posturas inadequadas, condições congênitas, doenças inflamatórias ou até fatores emocionais.

O médico fisiatra é o especialista em diagnosticar a dor musculoesquelética, tendo papel essencial na avaliação completa do quadro clínico da criança ou adolescente, com foco em tratá-la, restaurar a funcionalidade e melhorar a qualidade de vida do paciente.

Como é feito o diagnóstico da dor musculoesquelética pelo médico fisiatra?

A avaliação e diagnóstico envolve:

  • história clínica: investigação detalhada dos sintomas, duração, localização da dor e fatores desencadeantes;
  • exame físico: avaliação da postura, marcha, força muscular e possíveis áreas de sensibilidade;
  • e exames complementares: o médico fisiatra pode solicitar radiografias, ultrassonografia ou exames laboratoriais para confirmar o diagnóstico e descartar outras condições (artrite juvenil, doenças reumáticas etc.).

Como a dor musculoesquelética é tratada pelo médico fisiatra?

Com base no diagnóstico e avaliação criteriosa da criança ou adolescente, o médico fisiatra prescreve e coordena um tratamento personalizado e que pode envolver outros profissionais como o pediatra, fisioterapeuta, psicólogo, ortopedista e reumatologista.

O tratamento pode ter várias frentes:

- tratamento multimodal

  • controle da dor:
    • o médico fisiatra faz uso criterioso de analgésicos e anti-inflamatórios, com ajuste conforme a idade e peso da criança;
    • e de técnicas não farmacológicas, como termoterapia (calor ou frio) e estimulação elétrica transcutânea (TENS).
  • fisioterapia personalizada:
    • o médico fisiatra prescreve exercícios para fortalecer a musculatura e corrigir desequilíbrios posturais;
    • alongamentos suaves para melhorar a flexibilidade e aliviar a dor.
  • terapias manuais:
    • mobilizações e massagens terapêuticas para reduzir tensões e melhorar a circulação.

- educação e orientação

  • postura e ergonomia: o médico fisiatra orienta sobre posturas adequadas para evitar sobrecargas, especialmente em crianças que passam longos períodos sentadas ou carregando mochilas pesadas;
  • modificações em atividades: sugere ajustes em práticas esportivas ou atividades físicas para prevenir lesões.

- promoção do estilo de vida saudável

  • atividade física regular: o médico fisiatra incentiva a criança ou adolescente às práticas adequadas à idade para melhorar a força muscular e a coordenação motora;
  • peso corporal adequado: acompanha a evolução do peso para evitar sobrecarga nas articulações.

- suporte emocional e psicológico

  • ao diagnosticar aspectos emocionais que podem influenciar ou ser influenciados pela dor, como ansiedade e estresse, o médico fisiatra envolve o psicólogo para atuar no tratamento do paciente.

 

 

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